Há quem pense o contrário. Mas vida de bebê não é fácil. Entre o mamar e o dormir, há uma série de coisas que o bebê precisa, vamos dizer, suportar. Passar de colo em colo, fazer gracinhas, agüentar as cocegazinhas, beliscões nas bochechas, os ciúmes dos avós, as birras dos irmãos, cumprir horário, tomar banho justo no momento do melhor desenho animado. O bebê não pode nem mesmo escolher sua roupa ou o cardápio. Tanto que, quase sempre, o choro marca o protesto.
Mas, sem a Química, a vida do bebê – e a dos pais – seria muito mais difícil. Como bebê ainda não sabe ir ao banheiro, o recurso é a fralda. Há muito tempo, usava-se um pano que, entre outros inconvenientes, a depender do grau de saturação do tecido, conseguia conter apenas os "resíduos" sólidos – o líquido, muitas vezes, era absorvido mesmo pela roupa de quem segurava o "travesso". Hoje, a Química praticamente eliminou o risco do vazamento. As fraldas modernas utilizam fibras de polipropileno e um gel especial, que pode conter poliacrilato de potássio, para absorver e reter os líquidos. O alfinete que prendia a fralda, e que tantos sustos já causou, foi substituído pela combinação de uma base plástica com adesivo acrílico. O sabonete, para aquela higiene tão necessária, pode incluir em sua fórmula odióxido de titânio e o sulfato de magnésio. O talco pode ter estearato de zinco ecloreto de benzalcônio. Graças à Química, trocar a fralda ficou tão fácil que até mesmo pais e tios já podem realizar essa delicada operação, antes exclusiva de mães e avós.
Na hora de mamar, a Química também está presente. O bico da mamadeira, macio, é produzido com látex. A mamadeira, fabricada com policarbonato e polipropileno, é inquebrável para resistir a traquinagens e birras. Os plásticos, aliás, acompanham o bebê em quase todos os momentos. O colchão que garante aquela soneca para o bebê - e aquele repouso para os pais - é feito com poliuretano expandido, revestido com fibras sintéticas. A bola colorida é produzida com polietileno. Os brinquedos que, na ótica do bebê, estão ali para serem mordidos são feitos com plásticos atóxicos.
A roupa do bebê, que a mamãe escolheu com todo carinho, mas que para ele, bebê, é a tela ideal para pintar com comida, restos de chocolate e outras espécies de coisas que grudam, numa demonstração precoce de talento artístico, pode ter sido feita com fibras acrílicas combinadas com lã ou algodão. E, na hora da lavagem, lá também estará a Química, com tensoativos e amaciantes para assegurar uma roupa macia, bonita, livre de resíduos e bactérias. Afinal, também para a Química, a melhor recompensa de todo esse trabalho é o sorriso alegre e saudável de um bebê.
Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293 )
Química Sem Neura
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