Com a Química no pé

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Quem quiser ver, verá. A Química sempre é um dos grandes destaques do carnaval. Nos salões e nas ruas. Sem ela, a folia teria menos cores, o samba menos ritmo, fantasias e alegorias menos efeitos. Exagero? Vamos ver. Adivinhe só quem sai com a timbalada de Carlinhos Brown? O poli (cloreto de vinila), mais conhecido, aqui, na Bahia e no exterior, como PVC. É isso mesmo. São os tubos de PVC que formam o corpo das timbas criadas pelo genial músico baiano.

Aliás, junto com o PVC, podem ser vistos por todo o País os polietilenos, opoliestireno e o polipropileno, da ala das resinas termoplásticas. Eles participam das baterias, como instrumentos musicais, dos carros alegóricos dando forma à criação dos carnavalescos, e ainda são partes integrantes das fantasias dos milhares de passistas que enchem a avenida de alegria. Ah! Eles também marcam presença nos concursos de fantasia e salões de todo o País.

Como a Química tem um fôlego incrível, ela também pode ser notada nas arquibancadas e nos camarotes. Lá costuma estar, por exemplo, o poli (tereftalato de etileno), que gosta de ser reconhecido como PET. Ele é encontrado nas garrafas de refrigerantes que refrescam gargantas. Além, é claro, dos fios e fibras sintéticas que dão um toque macio e confortável às roupas dos foliões.

A presença dos fios e fibras, normalmente acompanhados pelos corantes, é sempre fundamental no carnaval. Aliás, foi a cada vez mais comum falta de um pequeno punhado de fios sintéticos, em um ponto estratégico do corpo humano, que, há alguns carnavais, levou as escolas de samba do Rio de Janeiro a um acordo inédito: evitar a nudez explícita nos desfiles.

Parece que o acordo não foi cumprido, mas isso não vem ao caso. O que vale lembrar é que a Química há muitos anos, não perde um carnaval. Do pandeiro ao "reco-reco", quase todos os "acessórios" do carnaval são produzidos com resinas termoplásticas, como os artefatos plásticos para as famosas "guerra de água" das crianças, fantasias, máscaras de látex que divertem e assustam, tintas especiais para pintar corpos e até sprays de serpentinas são algumas dessas invenções. Tudo para animar o carnaval. Assim, da próxima vez que você escutar os primeiros acordes do cavaquinho, as primeiras batidas da bateria, entre na folia certo de que a Química estará lá no meio, bem pertinho de você, ajudando sua escola a levar o samba no pé.

Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293 )

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